O Conselho de Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam) deverá realizar ainda esta semana o tombamento do exemplar de baobá descoberto recentemente em Campos, que passará a ser considerado patrimônio da cidade. A informação é do pesquisador de Cultura Afro Wellington Cordeiro, que junto ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da UENF (NEABI) vem atuando em prol da preservação do baobá. O assunto foi discutido na última reunião do Núcleo, ocorrida em 29/01.
Ameaçada de extinção, a árvore de origem africana, situada na avenida José Alves Azevedo, às margens do Canal Campos-Macaé (Beira Valão), foi apresentada ao NEABI pela professora Teresa Peixoto (CCH/UENF). Preocupada com o desconhecimento da população local acerca da existência do baobá, a professora resolveu procurar o NEABI com o objetivo de propor uma parceria institucional visando a uma mobilização pelo tombamento do baobá. Durante a reunião, ficou decidido que o grupo buscaria ações coletivas no sentido de possibilitar a conservação da árvore.
Wellington, que há anos se dedica ao estudo dos baobás, atestou a autenticidade da espécie com base no porte, flores e frutos, muito característicos. Ele inclusive conseguiu resgatar um reconhecimento anterior da árvore, feito em 2012 pelo pesquisador pernambucano Gilberto Vasconcelos, que o catalogou e o registrou em seu livro Mapa dos Baobás do Brasil. Essa informação, no entanto, não havia sido difundida à época em Campos, o que só ocorreu agora com a divulgação na mídia local e redes sociais.
— A descoberta do baobá em solo goytacá é de vultuosa importância, já que Campos dos Goytacazes teve uma história marcante no que tange à escravidão e aos movimentos abolicionistas— afirma Wellington.
Segundo ele, a maioria dos baobás encontrados no país é fruto da iniciativa dos angolanos que, ao virem como escravos para o Brasil, trouxeram sementes e aqui as plantaram. No Brasil há poucos exemplares da época da escravidão, hoje com idade entre 150 e 400 anos. Wellington observa que, assim como ocorre em Campos, há um baobá em Quissamã (RJ) situado às margens do Canal Campos – Macaé. As duas árvores estão localizadas próximo às antigas residências do Visconde de Araruama: a residência urbana em Campos e a rural, em Quissamã. Wellington acredita, portanto, que foram os escravos do Visconde que trouxeram para o Brasil as sementes destas árvores.
— Esta é uma árvore milenar, podendo chegar a 6 mil anos. Cresce muito devagar, como disse o professor e botânico Salomão Bandeira, da Universidade de Moçambique, que mostrou no programa de TV “Um Pé de quê”, um embondeiro — como é conhecido o baobá no continente africano — de 10 anos com menos de um metro de altura e outro de 50 anos com cerca de cinco metros — disse Wellington.
Segundo a professora Maria Clareth, após as visitas iniciais, diversas organizações estão se articulando em prol da preservação do baobá de Campos. Além do seu tombamento pelo Coppam, outras ações deverão ocorrer com o retorno das atividades do NEABI, previsto para março. Algumas escolas de Campos já mostraram interesse em levar seus alunos para conhecer de perto o baobá, como é o caso do Centro Juvenil São Pedro (CJSP), que atende à comunidade da Linha. O NEABI deverá dar inicio, a partir de março, a uma pesquisa em torno do tema.
Ameaçada de extinção, a árvore de origem africana, situada na avenida José Alves Azevedo, às margens do Canal Campos-Macaé (Beira Valão), foi apresentada ao NEABI pela professora Teresa Peixoto (CCH/UENF). Preocupada com o desconhecimento da população local acerca da existência do baobá, a professora resolveu procurar o NEABI com o objetivo de propor uma parceria institucional visando a uma mobilização pelo tombamento do baobá. Durante a reunião, ficou decidido que o grupo buscaria ações coletivas no sentido de possibilitar a conservação da árvore.
Wellington, que há anos se dedica ao estudo dos baobás, atestou a autenticidade da espécie com base no porte, flores e frutos, muito característicos. Ele inclusive conseguiu resgatar um reconhecimento anterior da árvore, feito em 2012 pelo pesquisador pernambucano Gilberto Vasconcelos, que o catalogou e o registrou em seu livro Mapa dos Baobás do Brasil. Essa informação, no entanto, não havia sido difundida à época em Campos, o que só ocorreu agora com a divulgação na mídia local e redes sociais.
— A descoberta do baobá em solo goytacá é de vultuosa importância, já que Campos dos Goytacazes teve uma história marcante no que tange à escravidão e aos movimentos abolicionistas— afirma Wellington.
Segundo ele, a maioria dos baobás encontrados no país é fruto da iniciativa dos angolanos que, ao virem como escravos para o Brasil, trouxeram sementes e aqui as plantaram. No Brasil há poucos exemplares da época da escravidão, hoje com idade entre 150 e 400 anos. Wellington observa que, assim como ocorre em Campos, há um baobá em Quissamã (RJ) situado às margens do Canal Campos – Macaé. As duas árvores estão localizadas próximo às antigas residências do Visconde de Araruama: a residência urbana em Campos e a rural, em Quissamã. Wellington acredita, portanto, que foram os escravos do Visconde que trouxeram para o Brasil as sementes destas árvores.
— Esta é uma árvore milenar, podendo chegar a 6 mil anos. Cresce muito devagar, como disse o professor e botânico Salomão Bandeira, da Universidade de Moçambique, que mostrou no programa de TV “Um Pé de quê”, um embondeiro — como é conhecido o baobá no continente africano — de 10 anos com menos de um metro de altura e outro de 50 anos com cerca de cinco metros — disse Wellington.
Segundo a professora Maria Clareth, após as visitas iniciais, diversas organizações estão se articulando em prol da preservação do baobá de Campos. Além do seu tombamento pelo Coppam, outras ações deverão ocorrer com o retorno das atividades do NEABI, previsto para março. Algumas escolas de Campos já mostraram interesse em levar seus alunos para conhecer de perto o baobá, como é o caso do Centro Juvenil São Pedro (CJSP), que atende à comunidade da Linha. O NEABI deverá dar inicio, a partir de março, a uma pesquisa em torno do tema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
AVISO.
Mensagens inadequadas serão apagadas.
Equipe NEABI