Em meio a este cenário político caótico em
Brasília, ao menos tivemos um Dia do Índio que fez jus ao seu nome. No
último dia 19 de abril, a Funai publicou o estudo da delimitação da
Terra Indígena Sawré Muybu, no Pará, onde vive a maior parte do povo
Munduruku.
Foi uma vitória histórica para os povos indígenas. A
publicação do estudo era aguardado há três anos, e seu reconhecimento é
um obstáculo para o licenciamento da usina de São Luiz do Tapajós.
Ainda falta o principal, a homologação. É preciso seguir atento.
Como
consequência, o Ibama suspendeu o processo de licenciamento da usina
hidrelétrica São Luiz do Tapajós. Segundo a presidente do órgão,
Marilene Ramos, o estudo da Funai "aponta a inviabilidade do projeto sob
a ótica do componente indígena".
Graças a isso, segue em suspenso o leilão para a sua construção. Resta saber até quando.
Com
essas vitórias, os Munduruku nos deram um belo exemplo de estratégia e
garra. Entretanto, é bom lembrar que a construção de Belo Monte envolveu
direitos desrespeitados, estudos ignorados e promessas descumpridas.
O
povo Munduruku é guerreiro e não admite a construção de hidrelétricas
no Tapajós. E promete resistir até a vitória definitiva: "Queremos
continuar vivendo em paz, pescando, caçando, fazendo nossos rituais,
cânticos, com nossas tradições deixadas por nossos antepassados, da
forma como vivemos antes dessas novas ameaças", diz a Carta ao povo e ao governo brasileiro, datada de 7 de abril.
Os Mundukurus são 13.000 homens e mulheres. Mas eles podem ser muito mais. Sejamos todos Mundurukus!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
AVISO.
Mensagens inadequadas serão apagadas.
Equipe NEABI